Go With the Flow
"O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso, existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis."
Fernando Pessoa
O nós e o outro. Este, deste lado. O outro, do outro. Este lado e o outro. Go With The Flow, um ensaio sobre a luz que nos atrai, a luz que nos fere, a luz que nos cega.
Uma peça que circula em torno das relações, dos sorrisos, das certezas e das dúvidas que sempre ficam por esclarecer. Por dizer. Por ouvir. Por sentir.
Como encontrar o equilibrio? Que dizer quando nada se pode dizer porque nada pode ser dito? Que suspirar quando a esperança se esvai em cada justificação, em cada momento de evasão? Que sentir quando as palavras nos dizem coisas que não sentimos ouvir-lhes a certeza?
E porquê, querer ouvir quando só há silêncio e horas difíceis? Porque não olhar essa luz que nos cega com um olhar de não querer saber que sentir, sabendo sempre que nas horas difíceis, ainda nos resta poder ir com o vento. Ir e senti-lo a sussurar-nos segredos ao ouvido, como quem diz: vá, grita-me coisas lindas, coisas que eu não posso mas posso. Vá, grita e grava em mim os riscos da tua voz “i think this is so dangerous, this intimacy, i think, i think you’re getting so close, I think I’m gonna have to stop you from getting closer. I think I cannot get so close and then, not be close. I think I’m close, I think I don’t want not to be close”. E é tão verdade o que se ouve, que dói de tanto doer.
Us and the other. One, on this side. The other, on the other side. This side and the other side. Go With The Flow, an essay about the light that llures us, that hurts and blinds us.
A performance that revolves around relationships, smilles, the certanties and doubts that always remain unclear. Unsaid. Unheard. Unfelt.
How to find the balance? Say what when nothing can be said? What can we whisper when hope vanishes in each explanation, in each evasion? Feel what? When words express things that we don’t mean?
And why the need to hear only when there is silence and difficult moments? Why not look into that light that blinds us with a stare of emptyness and uncertainty, knowing that always in difficult moments we can still let go with the wind. Let go and feel him whisper secrets closely in our ear, saying: come on, scream beatifull things at me, things that i can but cannot. Come on, record on me the sounds of your voice “i think this is so dangerous, this intimacy, i think, i think you’re getting so close, I think I’m gonna have to stop you from getting closer. I think I cannot get so close and then, not be close. I think I’m close, I think I don’t want not to be close”. And it is all so true, what one hears, that it hurts from so much hurting.
